As atividades do Mão na Lata continuam em 2015, além da exposição Letras Latinhas e Sonhos que ainda  pode ser visitada no Centro de Artes da Maré até 15 de março, o grupo fez mais uma filmagem do curta Caio.

Desta vez fomos longe! Subimos a serra dos Três Picos, em direção a Nova Friburgo, para mais uma aventura de Caio. O local escolhido foi Galdinópolis, área rural entre Mury e Lumiar. Lá pudemos ter toda tranquilidade para escolher a locação ideal para o filme: uma bucólica estradinha de terra, entre bois e plantações de inhame.

Em Galdinópolis experimentamos um curto retiro off-line, experiência rara para a maior parte de nós. Ficar sem sinal de internet, celular e TV proporcionou a possibilidade de um outro rítimo de contemplação e escuta. E é claro, uma convivência coletiva ainda mais intensa.

Essa temporadinha em Galdi era o que faltava para começarmos o processo de finalização do curta Caio. Em breve daremos outras notícias sobre o filme e o Mão na Lata!

Em dezembro fizemos a abertura da exposição "Letras, Latinhas e Sonhos", e a confraternização final de nossas duas turmas no Centro de artes da Maré – CAM. A exposição é composta por fotografias, feitas pelas crianças que participaram da oficina de fotografia pinhole, a partir da leitura de livros infantis e a observação do dia a dia na Maré.

Foi um dia de encontros e diversão para os alunos das oficinas de pinhole, para o grupo Mão na Lata, para os nossos familiares, amigos e a comunidade. As crianças participaram das oficinas de câmera escura dada pelos integrantes do Mão na Lata e do Trevo, jogo coletivo idealizado por Tatiana Podlubny e Luiza Leite criadoras do selo independente Fada Inflada.

Para finalizar o dia de festa, exibimos os vídeos documentários  “Latinhas mágicas”, que mostra como foram as oficinas de pinhole para crianças, ministradas por Fagner França; e “Construindo CAIO”, que  documenta o processo de aprendizado e experiência do grupo de jovens do Mão na Lata, com a técnica de animação pixilation.

2014 está acabando, mas a exposição "Letras, Latinhas e Sonhos" continua lá no CAM até março de 2015!

SERVIÇO

Exposição Letras Latinhas e Sonhos

Período de visitação: 13 de dezembro a 15 de março de 2015

Dias e horários: segunda à sexta, das 9h às 20hs, sábado das 09hs às 13hs

Local: Centro de Artes da Maré – CAM

Endereço: Rua Bittencourt Sampaio, 181 – Nova Holanda (próximo à Avenida Brasil)

Informações: (21) 3105-7265

Entrada Franca

Em nosso último encontro, antes da confraternização final, tivemos o privilégio de receber no Mão na Lata o fotógrafo humanista João Roberto Ripper. Também recebemos as visitas de Alex Morel, professor de fotografia da Universidade Saint John, em Nova Iorque, que veio conhecer o projeto e Ana Teresa, nossa amiga designer portuguesa, que veio se despedir.

Ripper nos falou da sua trajetória no fotojornalismo, contou sobre a criação do Imagens Humanas e do Imagens do Povo. Nos falou sobre a importância da fotografia como um instrumento de comunicação e uma forma de mostrar as múltiplas histórias e a beleza de populações que geralmente são conhecidas por uma história única, na maior parte das vezes, pejorativa e redutora.

Foi uma tarde emocionante em que ouvimos muitas histórias sobre as pessoas que Ripper documenta e documentou ao longo de vários anos. Histórias contadas pela lente da delicadeza que nos encheram de amor e inspiração.

A oficina de pinhole do Mão na Lata recebeu, na última semana, as designers portuguesas Joana Paz e Ana Teresa Ascensão, para uma atividade de percepção cromática, por meio de um exercício com pintura e desenho. As crianças se animaram em associar cores às suas possíveis representações. Azul pôde se chamar mar; vermelho, sangue; verde sendo representado por folhas e árvores, e assim por diante. Coisas inanimadas, seres, verbos, sentimentos, tudo pôde ser uma cor no enorme painel colorido que foi feito coletivamente. Esse encontro multicolor instigou a imaginação das crianças que aprenderam a ressignifcar as cores a sua volta.

Foi mais um dia intenso de filmagem para o grupo Mão na Lata, que começou às 7h da manhã, saindo da Maré para mais uma locação. Desta vez o destino foi a Prainha, que fica entre o Recreio dos Bandeirantes e Grumari. Ficamos por lá até às 17h. O dia passou rápido! Negociamos o tempo para  conseguirmos fazer todas as coisas que precisávamos, desde os estudos de enquadramentos para as cenas, aos ajuste da câmera para chegar a uma fotografia que tem a ver com o curta “Caio”. Além, é claro, das descobertas “in loco” que a locação pode oferecer para o roteiro. Todos tivemos muito trabalho! Jonas teve que exercitar a concentração para ficar imóvel para um close durante um tempo grande. Depois teve que repetir e repetir várias vezes uns saltos; Jessica e Thais tiveram que ter muita inventividade para resolver um objeto de cena (que não podemos contar, é segredo ainda); tivemos que cuidar para que o vento não levasse tudo, que a maresia não embaçasse a lente da câmera... enfim, estamos vivenciando toda a complexidade que é produzir uma animação pixilation. Mas, por fim, ainda deu tempo de curtir a linda, calma e extasiante Prainha. Nem mesmo o mar agitado tirou nosso ânimo para tomar um renovador banho de mar.

A fotógrafa Nana Moraes, que é amiga do Mão na Lata, cedeu gentilmente seu estúdio, localizado no bairro da Glória, para que pudéssemos realizar mais uma sessão de captação de imagens do nosso curta em stop motion "Caio". Foi muito rica a experiência, usamos equipamentos de iluminação próprios de estúdio fotográfico, e contamos com a orientação  de Julio Carlos de Souza, que é assistente da Nana há muitos anos e tem uma vasta experiência em iluminação artificial. Aprendemos também a usar o fundo verde para posteriores efeitos em After Effects. Estamos loucos para contar mais da história do nosso curta, mas ainda é cedo, faltam outras etapas para o filme ficar pronto... vai valer a pena a espera!

Gravando as cenas finais do curta “Caio”, a turma do Mão na Lata sobe a trilha do corcovado e filma aos pés do Cristo Redentor.

Logo no início da manhã subimos as Paineiras, entramos no Parque Nacional da Tijuca, em direção monumento ícone da cidade do Rio de Janeiro. O Cristo foi mais um dos cenários do filme "Caio". Para alguns de nós, essa foi a primeira oportunidade de ver a cidade - e a Maré - de tão alto. Jailton nos contou que a primeira vez que foi com sua família subiu todo o trajeto a pé. Ao chegar, nos deparamos com muitos turistas de várias partes do Brasil e do mundo. Era muita gente mesmo! Muitas câmeras, muitos selfies e muitos braços abertos imitando o Cristo. Em meio a essa balburdia de cliques não foi fácil  fazer a cena do nosso curta. Nem mesmo o sol deu trégua. Mas a intrépida trupe do Mão na Lata manteve-se firme! Depois de mais de três horas de filmagem ainda fomos ao mirante Dona Marta e capturamos mais um cenário para o filme. A cada estalo de dedos do Caio, o Mão na Lata aporta em um lugar diferente da cidade. Qual será o próximo?

Estamos chegando à reta final da fase de captação das imagens pro curta "Caio". Nas últimas semanas, as gravações aconteceram no Parque Lage e na Maré. Desta vez, a laje da aluna Thais, na Nova Holanda, foi utilizada como locação para o banheiro do protagonista do filme.  Agora restam poucas cenas para serem filmadas e a turma está empolgada com a chegada da parte de edição e montagem das cenas. Logo logo postaremos mais notícias da fase final de produção do nosso curta.

Seguimos a todo vapor com as gravações do curta em stop-motion produzido pela turma do Mão na Lata. Nesta semana, foram dois dias intensos de trabalho. Na segunda e terça (8 e 9), as gravações aconteceram em mais uma locação na Maré, desta vez em uma casa na Nova Holanda, que serviu como ambientação para o lar do personagem principal da história, o Caio. As cenas eram todas internas e noturnas, e todos nós tivemos que lidar com um grande desafio: mexer com equipamentos de luz artificial, até então inexplorados pela galera. Foi difícil mas muito prazeroso. 

Nesta terça-feira (26) começamos as gravações do curta que está sendo produzido pela turma do grupo Mão na Lata. A animação em stop-motion vai mostrar um dia na vida do personagem Caio, interpretado pelo nosso multitalentoso Jonas. As principais locações deste primeiro dia de gravações foram a passarela 10, na Av. Brasil, e a Rua Teixeira Ribeiro, ambas na Maré. Jonas, que foi escolhido pelo grupo para protagonizar o curta, demonstrou segurança e concentração para gravar as trabalhosas cenas externas: “Tive que ficar muito concentrado para não me distrair com as pessoas que passavam na hora. Era horário de saída da escola e a galera passava zoando o jeito que eu estava vestido”. A turma se dividiu em várias funções para dar conta de tantos processos que envolvem a produção de um filme. Tati, Fagner, Augusto, Larissa, Rafael e o professor de animação, Bernardo, foram a campo filmar. Thaís, Jéssica e Juliana ficaram na sala confeccionando alguns objetos de cena. Jailton e Nicole ficaram fazendo ajustes no roteiro original. Tá todo mundo muito empenhado para que a história do Caio saia do papel (o roteiro também foi elaborado coletivamente) e possamos mostrar para todo mundo nosso filme. Aos poucos vamos contando mais detalhes do roteiro e compartilharemos sobre a aventura que é produzir um curta. 

Está em cartaz no Ateliê da Imagem, na Urca, a mostra “Obscura” organizada por Ana Angelica e toda composta por trabalhos de fotografia artesanal. Dentre o time de feras que participam da exposição, como Miguel Chikaoka, Dirceu Maués, Paula Trope, entre outros, está o Mão na Lata com dois vídeos. Um é a história “O Portal Pinhole ou o Buraco Branco”criada pelos alunos Arthur Pedro Morais da Silva, Jonas Willami Ferreira e Victor Hugo Santiago, livremente inspirado no filme  “Viagem a Lua”, de Mèliès; e um outro vídeo que acompanha a construção da história feito por Tatiana Altberg,  Fagner França e Karen Akerman. O grupo Mão na Lata compareceu à inauguração, na sexta-feira, dia 1. Todo mundo ficou muito empolgado em conhecer uma das mais importantes instituições de ensino, produção e divulgação da fotografia contemporânea no Brasil. Os alunos foram apresentados às dependências do Ateliê e ficaram animadíssimos em conhecer o estúdio com teto retrátil do espaço. Para fechar o dia com chave de ouro, depois do evento ainda rolou um piquenique noturno, na deliciosa Praia Vermelha.

Quem visitou nesta semana o Mão na Lata foi o fotógrafo italiano Antonello Veneri. Morando no Brasil desde 2011, Antonello trabalha como fotógrafo para o maior jornal da Itália, o La Repubblica, documentando temas da atualidade do nosso país. Desde 2011 desenvolve também um projeto pessoal, “Vidas extra-ordinárias”, acompanhando e contando, por meio de fotos, histórias de moradores de rua nas maiores cidades brasileiras. O fotógrafo está na Maré desenvolvendo o projeto chamado "Interiores da Maré", no qual produz retratos dos moradores dentro de suas residências. Antonello nos apresentou um pouco de seus trabalhos autorais, incluindo uma belíssima série de imagens da cidade que mora atualmente, Salvador. Veneri é um dos convocados para participar da décima edição do festival fotográfico Paraty em Foco

Na última quinta-feira, dia 17, o Mão na Lata recebeu a visita do artista de São Paulo Mauro Restiffe. Atualmente com a exposição fotográfica São Paulo, fora de alcance no Instituto Moreira Salles, Mauro está incursionando pela Maré, produzindo um novo projeto fotográfico. Ele é um dos artistas convidados da mostra de arte contemporânea, Travessias 3, realizada pelo Observatório de Favelas, no Galpão Bela Maré.

Em bate-papo com a turma, Mauro falou sobre seu percurso profissional e sobre como começou a usar a fotografia como suporte de seus trabalhos. Dentre os projetos que mostrou aos alunos, estão o ensaio "Empossamento", sobre a posse do presidente Lula, em 2002; um ensaio intitulado "Obra", sobre a reforma do prédio do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A turma conferiu também um ensaio chamado "Oscar", com imagens do velório do Niemeyer no Palácio do Planalto, em Brasilia.

Restiffe, a pedidos,  ainda mostrou seu equipamento fotográfico para a galera: uma inseparável Leica, com a qual produz a maioria dos seus trabalhos, sempre em película.

Já no fim do encontro, Mauro compartilhou com a turma uma prévia de um trabalho ainda em construção: uma seleção de parte do estudo que está fazendo na Maré para expor no Travessias. Ao mostrar essas imagens o entusiasmo foi geral. Os jovens fotógrafos do Mão na Lata ficaram empolgados em ver o lugar que tem sido o maior objeto de estudo para eles, registrado por outro fotógrafo, um olhar de fora, mas ao mesmo tempo próximo. As imagens revelam uma certa "doçura", que segundo Mauro é reflexo da forma como foi recebido pela comunidade. Agora estamos ansiosos para ver a exposição no IMS e curiosos para ver como resultará o ensaio sobre a Maré no Travessias.

A semana passada marcou o fim de uma das etapas das aulas de roteiro com Ana Cecília Pacheco para o grupo Mão na Lata. Como fechamento de um período de muito aprendizado, Ana propôs que todos fizessem um balanço dos encontros realizados durante  2 meses. Os alunos lembraram principalmente dos desafios sobre o contato com uma linguagem totalmente nova. Jaílton disse que no início foi muito difícil, mas agora, ao escrever, já consegue até imaginar como a cena ficará, onde deve colocar a câmera, etc. Juliana disse que agora quando vê filmes ou novelas fica imaginando o roteiro, como é escrito, as cenas... "meu namorado reclamou que agora eu só penso nisso". Nicole disse que nem imaginava como um filme era feito, tudo que tinha por trás, na elaboração do roteiro. 

Por conta da exposição do ensaio “Da minha janela”, dentro da festa de premiação do Prêmio de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, fomos ao Parque Lage. Mas antes de curtir a festa, tivemos uma aula especial com a  professora de roteiro Ana Pacheco. O ambiente particular do parque foi um dos motes para o desenvolvimento de exercícios para criação de pequenas narrativas. Em grupos, os alunos propuseram algumas histórias tendo como pano de fundo o parque e seus mistérios. O desafio agora é dar continuidade na elaboração dos roteiros, inventando novas histórias que servirão para a realização de curtas em stop motion. E como não poderia deixar de ser, todo grupo do Mão na Lata fotografou o belo e fotogênico Parque Lage!

A festa de premiação da terceira edição do Prêmio de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, aconteceu no belo palacete do Parque Lage, no bairro do Jardim Botânico, entre os dias 9 e 11 de maio. Nos três dias de festa, houve apresentações de manifestações artísticas e culturais desenvolvidas nas instituições agraciadas com o prêmio,  representantes de todas as regiões do estado. Nós fomos convidados a expor, representando a Redes da Maré, que foi uma das 30 instituições vencedoras do prêmio este ano. Para a exposição, escolhemos o ensaio “Da minha janela”, que faz parte do nosso livro “Cada dia meu pensamento é diferente”; Junto ao trabalho do Mão na Lata, também representando a Redes, foram expostas algumas peças em azulejo feitas para o projeto de planejamento urbano da Maré em parceria com a Azulejaria e exercícios produzidos por alunos do projeto "Oficina Sobre Azulejo", ambos coordenados por Laura Taves.

“Quem não gosta de contar ou ouvir uma boa história?!” Foi assim que Ana  Cecília Pacheco, roterista, começou sua aula para os alunos do grupo Mão na Lata. Ana subverteu as apresentações formais dos alunos e pediu para que cada um, ao invés de falar suas informações básicas como idade, onde mora, família, etc, contasse uma história peculiar que viveram. A prática foi bastante reveladora sobre cada um. Além das apresentações, Ana promoveu uma criação coletiva de história, através de um jogo de dados que continham, no lugar de números, imagens nas quais os alunos se inspiravam para construir trechos de uma história que ficou surpreendente!

Serão dois meses de aulas com a Ana, que orientará o grupo na produção do roteiro para um curta, previsto para o final deste ano. O filme será feito por meio da técnica de stopmotion. 

Mais de 15 mil pessoas já visitaram a exposição do artista australiano Ron Mueck, em cartaz no Museu de Arte Moderna do Rio. Na quinta-feira passada, 10, foi a nossa vez de ver de perto as obras hiperrealistas que estão causando frisson (e formando extensas filas) na cidade. De perto as obras realmente impressionam - não só por suas escalas mas também pelo virtuosismo com que o artista trabalhou nos detalhes das réplicas. Mas  a maior diversão, talvez, tenha sido a ideia de Nicole Silva, uma das integrantes do gupo, que percebeu que também poderia fazer parte da exposição e se posicionou estrategicamente como uma das esculturas de Mueck. Os outros alunos também entraram na brincadeira. Jonas Willame também posou estático enquanto os outros forjaram estar fotografando mais uma obra do museu. Quem entrava na sala se confundia sobre a autenticidade dessas estátuas em tamanho natural. A gargalhada foi geral! 

Foi inspiradora a visita recente que o fotógrafo Dante Gastaldoni fez ao nosso projeto. Dante, que é professor da Universidade Federal Fluminense, e coordenador acadêmico da Escola de Fotógrafos Populares, do Programa Imagens do Povo, apresentou-nos um panorama sobre a história da fotografia; do daguerreótipo aos celulares, destacando nomes importantes, marcos históricos e os avanços tecnológicos da técnica fotográfica.

Dante nos falou dos três momentos cruciais para o desenvolvimento da fotografia como conhecemos hoje. O primeiro em 1839 com a invenção do daguerriótipo e a socialização do retrato, que antes era pintado e somente acessível a pessoas muito ricas. O segundo, em 1888, com a criação da camera Kodak, muito leve e fácil de manusear, invento que democratizou o fazer fotográfico. Agora todos podiam ser fotógrafos. O slogan da camera ficou famoso: “Você aperta o botão e nós fazemos o resto”; e, por último, o surgimento da fotografia digital e facilitação do compartilhamento das imagens, através dos avanços tecnológicos.

Para concluir, Dante terminou sua aula com a canção "Metáfora", de Gilberto Gil: "Na lata do poeta tudo nada cabe /Pois ao poeta cabe fazer /Com que na lata venha caber / O incabível", dialogando com o nome do projeto e com a meta de cada um de nós de tentar fazer com que em nossas latas possa caber o incabível. 

O ato de se autorretratar vai muito além dos selfies, febre entre pessoas do mundo todo. A premissa do autorretrato é, sobretudo, a autorrepresentação. Uma pessoa pode se sentir representada de várias maneiras diferentes, por vários aspectos, de vários ângulos, através de objetos, lugares, pessoas, etc. Um autorretrato é mais do que simplesmente fazer uma foto de sí mesmo. Na semana passada, a turma da oficina de pinhole teve seus primeiros contatos com a prática do autorretrato. Sugerimos aos alunos que produzissem imagens de si mesmos e de outras coisas ou lugares que os representassem.

Jonas, o monitor, complementou a explicação sobre autorretrato apresentando aos alunos um pouco da vida e obra do célebre artista Van Gogh. Assim que Jonas explicou para a galera o que era esquizofrenia, doença que afligia Van Gogh, e brincou que o pintor holandês pintava para "relaxar", o aluno Luiz imediatamente comparou o artista com um senhor que freqüenta o bar perto de sua casa. “No bar do meu vizinho, o cara pra relaxar toma uma 51, frita um ovo pra comer e depois vai dormir”. 

Aproveitamos para mostrar outros exemplos de pintores que fizeram seus autorretratos e para instigar os alunos sobre a diferença entre “como cada um se vê” e “como as pessoas nos enxergam”.